Não foi por acaso que me inscrevi para
fazer o curso “Corpo e Saúde: Psicologia das Doenças Somáticas”, no início
deste ano(2013). Eu já havia me inscrito para fazer outro curso, quando, através do
site do CRP, tomei conhecimento do
Instituto Müller Granzotto e, dessa forma, do Curso. O que mais me motivou a
desistir do outro curso e me inscrever neste, foi o fato de não somente
trabalhar dentro da Abordagem Gestáltica, mas por propor uma metodologia
vivencial-prática, com o objetivo de “formar profissionais que tenham um
olhar novo para a relação entre
adoecimento e as novas formas de viver na atualidade”, tendo como instrumento
de trabalho seu próprio corpo.
As vivências realizadas no decorrer
do Curso foram de suma importância para despertar em mim uma outra forma de
olhar para mim mesma, para o meu corpo; de estar atenta às manifestações e,
através dessas manifestações, perceber, tomar consciência do momento em que
estou vivendo e de como estou vivendo; e, a partir daí, agir de forma dinâmica
e positiva.
“ Antes de sobrevir à doença, o corpo
fala, ele sinaliza, começando com um certo desconforto, em seguida vem os sintomas, depois a dor para então se
instalar a doença”.
Ao ter consciência disso, passei a
colocar em prática esse novo saber; procurei estar atenta às manifestações do
meu corpo, a ouvi-lo e a dar uma parada no momento em que ele pede. Passei a
entender que “cuidar da saúde não é lutar contra nada, nem ainda contra a doença.
É conhecer o que somos e aceitar limites e possibilidades.” Ou seja, é entender
a doença e não lutar contra aquele órgão, pois a doença se manifesta naquele
período para ver como estou vivendo. A maneira como eu vivo, me organizo, é a
maneira como eu lido com o meu corpo. “O órgão está adoecendo porque tem um
conflito ali, com a minha forma de viver. Lidamos com o nosso corpo como
lidamos com outras coisas da vida.”
Por isso, é muito importante saber
qual é e como é a forma como eu
lido com o meu corpo, pois é como eu vejo o mundo , é como eu me relaciono com
o mundo. É como eu vejo as coisas. Ao voltar-me a esse saber sobre o meu corpo,
certas questões,preocupações que foram apresentadas
no primeiro encontro deixaram de existir. As dinâmicas/vivências realizadas
durante o curso foram muito significativas, pois mudaram a minha maneira de
ser, de agir e de pensar em relação a mim mesma, aos outros e ao mundo.
Quando tive de parar para escutar o
meu corpo (primeiro encontro), procurar sentir quais os pontos de
tensão ou partes que estavam afetadas por alguma doença ou desconforto, minha
maior preocupação, motivo de ansiedade era minha Tireóide. E, por não estar
atenta aos sintomas que há algum
tempo o meu corpo vinha sinalizando, acabei desenvolvendo o hipotireoidismo. A
médica queria entrar com medicamento; teria que tomar para o resto de minha
vida. Pedi mais um tempo, ela me concedeu mais dois meses. Foram suficientes
para não precisar tomar o medicamento. Mudei apenas a minha alimentação e a
minha maneira de ver esse problema não como doença, mas como algo que pode ser
administrado, estando atenta às manifestações do meu corpo, interagindo com ele
de forma positiva, sempre com o olhar voltado para o momento que estou vivendo
e de como estou vivendo. O mesmo aconteceu com as coceiras e alergias que
sentia em meus braços.
Isso é maravilhoso! Pela primeira vez
aprendi a me amar mais e a cuidar mais de mim mesma. A me encantar com o meu
corpo. Aprendi a me conhecer melhor, a me apropriar do que é meu, a fechar certas
gestalts que até então estavam abertas. A técnica “Diálogo entre órgão e corpo”
me fez perceber, principalmente nas supervisões, o que era meu e o que era do
consulente. A trabalhar como terapeuta as polaridades, o outro lado da doença
ou do conflito aí presente.
Foi muito importante
entender que o instrumento de trabalho que irei utilizar com o meu consulente é
o meu próprio corpo. Isto é, o Gestalt-terapeuta usa o seu próprio corpo para
fazer a leitura do que acontece no campo. Ele faz as intervenções a partir das
sensações que sente em seu corpo, em relação ao que acontece no campo.
Por isso, é fundamental saber qual é e como é a forma como eu lido com o meu
corpo. Eu sou o meu próprio instrumento de trabalho.
Obrigada! Este curso transformou a
minha vida.*
Teresinha Tartare Fortunato**
* Trecho do trabalho de conclusão do curso CORPO E SAÚDE: Psicologia das doenças somáticas (2013).
** Psicóloga, Gestalt-terapeuta (1999) e aluna do Curso CORPO E SAÚDE: Psicologia das doenças somáticas. (2013, turma Viscerar-te)
Nenhum comentário:
Postar um comentário