A
construção de um caminho nem sempre é fácil, assim como o adoecimento orgânico.
Quando estamos doentes, somos “obrigados” a parar. Nosso corpo, num pedido de
ajuda, nos faz silenciar os movimentos para que possamos novamente encontrar um
estado de equilíbrio e retomarmos nossas atividades.
A
construção do caminho para encontrar possibilidades de trabalhar com as
decorrências psicológicas do adoecimento levou um grupo de trabalho a repensar
seus objetivos e desejos e encontrar caminhos para se chegar a uma proposta
pioneira de trabalho. Dentro da Psicologia, quem trabalha com grupos sabe que o
movimento do grupo é muito significativo. A observação e análise desse
movimento possibilitou um rearranjo e a busca por novos olhares que pudessem
agregar conhecimento, informação e qualidade a esse trabalho.
Em
outubro de 2010, no projeto Gestalt em Ato, as coordenadoras (Ana Carolina Seara e
Maria Balbina Gappmayer), apresentaram o trabalho Gestalt-oncologia:um lugar além da doença. Nesse trabalho, a partir das discussões e compartilhamento de experiências
realizado entre os participantes, foi promovida uma discussão sobre as
expectativas do clínico e as demandas dos consulentes que buscam este trabalho.
Uma reflexão sobre os ajustamentos aflitivos e as possibilidades de trabalho na
clínica gestáltica vinculada a tais demandas geraram ricas contribuições para
que fosse possível ampliar o olhar para as formas de intervenção, já que o
clínico gestáltico trabalha a partir de uma ética e com a noção de campo.
Identificou-se
como fundamental que o psicólogo clínico que atua com essa demanda pudesse
entender e encontrar uma forma de trabalhar de maneira mais eficaz e também
que ele pudesse compreender o que fundamenta sua prática e se apropriar dessa
nova forma de trabalho com consistência teórica. A partir desse ponto, foi
realizado um maior aprofundamento na teoria do self (teoria que fundamenta a Gestalt-terapia), principalmente no
que se refere ao sofrimento ético, político e antropológico.
No
próximo post, acompanhe a apresentação desse trabalho num congresso
internacional e a descoberta de um método de trabalho com saúde e doença pouco
conhecido no Brasil.
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