quarta-feira, 11 de abril de 2012

A construção de um caminho




A construção de um caminho nem sempre é fácil, assim como o adoecimento orgânico. Quando estamos doentes, somos “obrigados” a parar. Nosso corpo, num pedido de ajuda, nos faz silenciar os movimentos para que possamos novamente encontrar um estado de equilíbrio e retomarmos nossas atividades.

A construção do caminho para encontrar possibilidades de trabalhar com as decorrências psicológicas do adoecimento levou um grupo de trabalho a repensar seus objetivos e desejos e encontrar caminhos para se chegar a uma proposta pioneira de trabalho. Dentro da Psicologia, quem trabalha com grupos sabe que o movimento do grupo é muito significativo. A observação e análise desse movimento possibilitou um rearranjo e a busca por novos olhares que pudessem agregar conhecimento, informação e qualidade a esse trabalho.

Em outubro de 2010, no projeto Gestalt em Ato, as coordenadoras (Ana Carolina Seara e Maria Balbina Gappmayer), apresentaram o trabalho Gestalt-oncologia:um lugar além da doença. Nesse trabalho, a partir das discussões e compartilhamento de experiências realizado entre os participantes, foi promovida uma discussão sobre as expectativas do clínico e as demandas dos consulentes que buscam este trabalho. Uma reflexão sobre os ajustamentos aflitivos e as possibilidades de trabalho na clínica gestáltica vinculada a tais demandas geraram ricas contribuições para que fosse possível ampliar o olhar para as formas de intervenção, já que o clínico gestáltico trabalha a partir de uma ética e com a noção de campo.

Identificou-se como fundamental que o psicólogo clínico que atua com essa demanda pudesse entender e encontrar uma forma de trabalhar de maneira mais eficaz e também que ele pudesse compreender o que fundamenta sua prática e se apropriar dessa nova forma de trabalho com consistência teórica. A partir desse ponto, foi realizado um maior aprofundamento na teoria do self (teoria que fundamenta a Gestalt-terapia), principalmente no que se refere ao sofrimento ético, político e antropológico.

No próximo post, acompanhe a apresentação desse trabalho num congresso internacional e a descoberta de um método de trabalho com saúde e doença pouco conhecido no Brasil.

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